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Economia

Roupas da Shein feitas no Brasil serão mais baratas? Confira o que diz o sócio da empresa

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Saiba como ganhar os R$500 da Shein que todo mundo está falando

As peças de roupa da Shein que serão fabricadas no Brasil poderão ser mais baratas que as peças importadas da China. Essa informação foi dada pelo sócio e presidente da varejista na América Latina, o boliviano Marcelo Claure.  

O projeto dele é tornar o Brasil um dos polos de produção e distribuição global da Shein. E motivos para isso não faltam. O empresário destaca que o país tem tudo para isso: de expertise à matéria-prima em abundância.  

Claure explica que o custo para produzir uma roupa na China pode ser menor que no Brasil, mas o que se paga para transportar o produto de lá para cá é muito alto e impacta diretamente no preço final.

Economia com logística

Com o início da produção no Brasil, a varejista poderá contrapor os custos mais altos de fabricação ao que será economizado com a simplificação da logística.

Até então, segundo o boliviano, as primeiras fábricas já montadas mostram que os custos são similares. Com isso, a Shein não precisará mais importar a matéria-prima (algodão) do Brasil, fabricar o produto na China e, depois, exportar de volta. Todo o processo poderá ser feito em solo brasileiro.  

Produção nacional

Com nova sede em São Paulo, a Shein já tem 151 fábricas trabalhando com exclusividade para ela, no Brasil. As primeiras peças produzidas no país já começaram a ser vendidas localmente.  

O processo todo foi bem rápido, se levarmos em consideração que o compromisso de nacionalizar a produção foi firmado com o governo federal no dia 20 de abril deste ano.

O objetivo é investir R$ 750 milhões em um período de três anos e contratar cerca de 2 mil fábricas no Brasil. Até o final de junho, espera-se chegar a 200, pelo menos.

Entre os maiores mercados

O país já representa um dos cinco maiores mercados da Shein no mundo. Fica atrás somente de Estados Unidos,  Arábia Saudita, França e Inglaterra.

A varejista faz negócios, hoje, com 165 países e o Brasil é um dos três onde ela mais cresce. A empresa não costuma divulgar o faturamento, mas a estimativa é que as vendas anuais chegam a US$ 23 bilhões, ou seja, R$ 117 bilhões.

Todo esse avanço e crescimento coloca a Shein em nível similar ao de outras gigantes famosas do varejo têxtil, como a espanhola Zara e a sueca H&M.

Detalhes do acordo

O acordo no Brasil foi fechado, em abril, com a Coteminas, pertencente ao atual presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva.  

O memorando prevê que 2 mil confeccionistas passem a fornecer produtos para a companhia asiática, visando o mercado interno e também de toda a América Latina. Em torno de 100 mil novos empregos serão gerados, nos próximo anos.  

Vale lembrar que o acordo foi anunciado após a polêmica sobre a sonegação de impostos de varejistas asiáticos que vendem para o Brasil. O governo decidiu acabar com a isenção da tributação nas importações de até US$ 50, depois da suspeita de que as empresas estavam simulando compras entre pessoas físicas para escapar do imposto.  

O governo recuou da medida, e a Shein anunciou os investimentos. Em três anos, espera-se que 85% das vendas da varejista no país sejam de produtos fabricados em solo nacional.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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